osum
04/03/2015 16:50
Orê Yeyê ô!
Oxum é muito bonita, dengosa e vaidosa, como são geralmente as belas mulheres. Ela gosta de panos vistosos, marrafas de tartaruga e tem, sobretudo, uma grande paixão por jóias. Só uma mulher elegante como Oxum, pode possuir grandes e pesadas jóias.
Oxum tem o humor caprichoso e mutável. Alguns dias, suas águas correm aprazíveis e calmas, deslizando com graça, frescas e límpidas por entre margens cobertas de brilhante vegetação. Numerosos vãos permitem atravessar de um lado para outro. Outras vezes, suas águas tumultuadas passam estrondando, cheias de correnteza e torvelinhos, transbordando e inundando campos e florestas. Ninguém poderia atravessar de uma margem à outra, pois Oxum não toleraria tamanha ousadia!
Olowu, rei de OWU, seguido de seu exército ia para guerra. Por infelicidade tinha que atravessar o rio, num dia que este estava encolerizado. Olowu fez a Oxum uma promessa solene, entretanto mal formulada. Ele declarou que se ela baixasse o nível da águas para que ele e seu exército atravessassem, e os protegesse na guerra fazendo-o vencedor, ao voltar ele lhe entregaria "nkan rere", isto é, "boas coisas". Oxum compreeendeu que ele falava de sua mulher, Nkan, filha do rei de Ibadan. Ela baixou as águas e Olowu continuou sua expedição.
Quando ele voltou, algum tempo depois, vitorioso e com um espólio considerável, novamente encontrou Oxum com o humor perturbado. O rio estava turbulento e com suas águas agitadas. Olowu mandou jogar sobre suas vagas toda a sorte de boas coisas, as nkan rere prometidas. mas Oxum devolveu todas sobre a margem. Era Nkan, a mulher de Olowu que Oxum exigia. Olowu foi obrigado a submeter-se e jogou para as águas Nkan, que estava grávida. A criança nasceu no fundo do rio e Oxum o devolveu para Olowu dizendo: "É Nkan que me foi prometida, não a criança. Tome-a!". As águas baixaram e Olowu voltou tristemente para suas terras.
O rei de Ibadan ao saber do fim trágico de sua filha, indignado declarou : "Não foi para que ela servisse de oferenda que eu a dei em casamento para Olowu!". Ele guerreou com o genro e o expulsou do país.
CONHECENDO MAIS SOBRE OXUM
Oxun é a divindade do rio do mesmo nome que corre na Nigéria, nas regiões Ijexá e Ijebú. Era, segundo dizem, a segunda mulher de Xangô, tendo vivido antes comOgun, Orunmila, e Oxossi, seu pai teria sido Oxalá. As mulheres que desejam ter filhos dirigem-se a Ogun pois ela, com efeito controla a fecundidade, graças aos laços mantidos com Iyami-Ajé, "Minha Mãe Feiticeira". Sobre esse assunto, uma lenda conta que "quando todos os Orixás chegaram à terra organizaram reuniões onde as mulheres não eram admitidas. Oxun ficou aborrecida por ser posta de lado e não poder participar de todas as deliberações. Para vingar-se, tornou as mulheres estéreis e impediu que as atividades desenvolvidas pelos deuses chegassem a resultados favoráveis. Desesperados, os Orixás voltaram aOlodumaré e explicaram-lhe as coisas iam mal sobre a terra. Olodumaré perguntou se Oxum participava das reuniões e os Orixás responderam que não. Olodumaréexplicou-lhes então que que, sem a presença de Oxun e do seu poder sobre a fecundidade, nenhum de seus empreendimentos poderiam dar certo. De volta à terra, os Orixás convidaram Oxun para participar de seus trabalhos o que ela acabou por aceitar, depois de muito lhe rogarem . Logo em seguida, as mulheres tornaram-se fecundas e todos os projetos obtiveram felizes resultados".
Oxun é chamada de Iyalodê, título conferido à pessoa que ocupa o lugar mais importante entre todas as mulheres da cidade. Os Axés de Oxun constituem-se de pedras do fundo do rio do mesmo nome, de jóias de cobre e de um pente de tartaruga.
O amor de Oxun pelo cobre - metal mais precioso do país Yorubá nos tampos antigos - é mencionado nas saudações que lhe são dirigidas:
"Mulher elegante que tem jóias de cobre maciço.
É uma cliente dos mercadores de cobre.